quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Filme da Liga da Justiça (com spoilers) | Crítica


          E finalmente estreou o longa com o mais famoso grupo de super-heróis dos quadrinhos e desenhos animados. A Liga da Justiça está lá na telona depois de várias tentativas. Depois que a Marvel provou que era possível colocar vários heróis em um mesmo filme e apresentar entretenimento, coerência e lucro, a DC tenta emplacar o seu maior tesouro. E acertou mais do que errou. Depois de Batman vs Superman apresentar um Batman distante de todas as encarnações do "maior detetive do mundo" e O Homem de Aço nos entregar um alienígena que não inspirava esperança e nem podia ser chamado de escoteiro, a DC emplacou um excelente filme da Mulher Maravilha e credito a essa experiência os acertos no longa metragem da Liga.
          Já no início do filme temos um batman que lembra sua versão animada em "Batman: The Animated Series" e temos Denny Elfman trazendo sua versão do tema do homem morcego (Yes!). Melhor que isso só rever a Princesa Amazona em ação no melhor estilo "Sim, eu sou uma super heroína de gibi e faço coisas impossíveis, acostume-se com isso". A sequência com as amazonas é excelente, mostrando claramente que são todas mulheres maravilhas, mas aí aparece um componente que é uma perda clara de oportunidade de sucesso. Todo herói é medido pelo vilão que enfrenta e a DC nos traz um Lobo da Estepe que sim, é muito poderoso, mas que carece de grandiosidade e profundidade. Mesmo nos gibis os lacaios de Darkside nunca foram lá essas coisas, sendo mais maus e detestáveis do que outra coisa. São personagens criados para serem capangas, vivendo no entorno de seu líder. Foi melhor escolherem o Lobo da Estepe do que a Vovó Bondade, mas faltou aquele vilão que nós amamos odiar.
          Batman ainda não é o cruzado encapuçado nem o cavaleiro das trevas, mas vemos uma melhora no icônico personagem. A irreverência de Bruce Waine está de volta e Ben Affleck parece mais à vontade e menos depressivo. A culpa ainda está lá, mas tem que estar. A violência excessiva com marcadores de ferro em brasa sumiu. É uma melhora muito bem vinda. Ah, e tem o tema do Batman de 1989... Opa, já falei isso.
          Barry Allen não é o herói maduro que dá sua vida em Crise nas Infinitas Terras, parecendo mais com o Flash do desenho da Liga da Justiça. Esse é um ponto positivo, pois o desenho era ótimo e deixou saudades sem limites. Ainda no início da carreira, Barry ainda não atravessa paredes ou dá sequências de socos, mas já é o homem mais rápido do mundo. Afinal, Kal El é de outro mundo. :)
           Cyborg, que para mim ainda é dos Novos Titãs, é apresentado no melhor estilo Novos 52 e funciona muito bem. Sem grande perda de tempo em contar sua origem, vemos sua jornada rapidamente o levar a ser ferramenta crucial para uma Liga da Justiça do século 21, com sua conexão alienígena à informática ele invade os computadores da Batcaverna praticamente sem perceber.
          Senti falta do Hal Jordan, mas entendo que apresentar mais esse herói nesse momento seria um desafio ainda maior. Tem o detalhe do filme infeliz com Ryan Reynolds também e sabemos que além de entretenimento, um filme é um projeto milionário que precisa gerar lucro. Ok. Mas faltou. Foi uma falta amenizada pelo Lanterna Verde do flashback do passado da Terra, mas é a Liga da Justiça. Faltou o Lanterna.
          Eu avisei no título que haveria spoilers! Pode parar de ler se não viu o filme! E sim, temos o Superman. Henry Cavill volta à vida mais rápido que uma bala e enfrenta toda a Liga em uma cena digna do herói. E aqui cabem dois comentários. O primeiro é ver o último filho de Krypton acompanhando a velocidade do Flash, algo nunca mostrado em live action. Muito bom! E o segundo é ouvir o tema imortal de John Williams de 1978. Putzgrila! Meu coração de 45 anos bateu como se ainda tivesse 6. Isso só o cinema faz por você. Temos Superman, o ícone inspirador que agora dá entrevistas para crianças com smartphones, mas que ainda volta à fazenda dos Kent´s está de volta. Como disse Aquaman, a morte sempre nos tira algo. E a morte tirou do Homem de Aço aquela escuridão dos dois primeiros filmes. A DC começa a achar seu rumo nos cinemas que, pasmem, é semelhante aos desenhos e quadrinhos.
          Por fim, mas não menos importante, conhecemos a nova versão de Aquaman! Não, Bruce, ele não fala com peixes, mas fala bem com a nova geração e vem meio badboy, mas sem deixar a amargura (abandonado pela mãe, meio atlante etc) predominar sobre sua presença positiva na tela. É uma personagem que chama a ação para si e Momoa parece bem à vontade no papel. Dá para fazer um filme "Aquaman: Ragnarok" fácil com ele. Sua melhor cena para mim, no entanto, é a em que ele discursa em contato com o laço da Mulher Maravilha. Muito bom!
          Concluindo, o filme é um acerto de rumo bom para o Universo DC no cinema, consegue unir os heróis de forma crível, acerta muitas bobagens dos filmes anteriores, mas podia ter um vilão bem melhor. Não vou falar sobre gráficos, mas volto a apontar o acerto nas escolhas de Denny Elfman que podia ser ainda mais corajoso e colocar o tema do desenho da Liga em algum ponto do filme. Faltou também uma mensagem no longa, mas a proposta dele é ser um blockbuster pipoca, então vou relevar desta vez. Uma boa diversão. Além do mais... gente, tem o Superman, o Batman e a Mulher Maravilha! Que nota daria? Bom, de 0 a 5 vale um 3,5 com louvor. Minha esperança neste universo foi renovada.


Um comentário:

  1. Muito Bom!
    Também estive na pré estreia, Enfim uma JLA que queríamos e merecíamos.
    Você falou no lanterna, porém outro personagem que eu queria muito ver e, já sabia tristemente que não veria, é o Caçador de Marte, personagem cheio de camadas e mistérios, sua história beira entre ficção e sobrenatural.
    Estou muito feliz e ansioso pelo que virá no futuro.
    Abraço.

    ResponderExcluir